Em um dia você consegue movimentar seu tronco, pernas e braços naturalmente. Em outro, um acidente te deixa tetraplégico e você fica dependente de uma cadeira de rodas para se locomover. O que você faria para superar essa nova realidade? Em 1991, a vida de Marcelo Cunha mudou drasticamente e ele encontrou na pintura com a boca uma forma de se reinventar. Neste sábado, 10, o artista lançou a segunda edição de sua autobiografia, onde compartilha sua jornada de fé, superação e resiliência.
O livro "Aceitar é preciso" é uma mensagem de esperança para todos que enfrentam desafios em suas vidas. O lançamento da autobiografia aconteceu na Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro. Para o autor, foi um grande sonho realizado. "Eu tinha o desejo profundo de atualizar meu livro. Agora ele está com uma linguagem mais leve e atraente. A leitura será uma oportunidade de fazer um mergulho pessoal e quebrar tabus e preconceitos", garante o artista e escritor.
Leia também:
Marcelo Cunha, que há mais de 30 anos realiza pintura com a boca após ter se tornado tetraplégico, é um verdadeiro exemplo de determinação e talento. Com aproximadamente 280 obras em seu portfólio, transformou sua adversidade em uma extraordinária forma de expressão artística.
Início da pintura com a boca
Cunha acidentou-se em uma cachoeira aos 21 anos. Sem a liberdade física, questionava a Deus qual era o sentido de sua vida. Até que um dia se deparou, em um telejornal, com um rapaz pintando quadros com a boca. A reportagem lhe inspirou e ele sentiu que viver da arte seria o desejo divino.
Além desse episódio, encontrou em uma passagem bíblica mais uma resposta de Deus. "Acredito que ter um propósito é o que dá sentido à nossa vida. Em Eclesiastes 9:10 encontrei o meu, que diz que tudo o que vier às suas mãos para fazer, deve ser feito com toda dedicação", afirma Marcelo.
Seguindo esse propósito, cada pincelada é feita com extrema atenção e a obra final surpreende a muitos. "Se eu não visse com meus próprios olhos, não acreditaria que esses quadros foram pintados por ele", comentou um dos presentes no lançamento do livro, se referindo à riqueza de detalhes presente nas telas.
Criação do livro
A deficiência motora não impediu Marcelo de reescrever o livro sozinho. Em seu computador, digitou letra por letra com auxílio de um mouse óptico e em alguns momentos usou programa de voz. "Na maioria das vezes digitei de maneira muito intensa. Foram aproximadamente dois anos de muita pesquisa para que eu pudesse ter uma segunda edição à altura daquilo que Deus significa na minha vida", declara.
Para conhecer mais detalhes sobre a experiência de Marcelo Cunha e adquirir o livro, acesse o site marcelocunha.art.br. Em sua conta no Instagram Marcelo compartilha suas obras.