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Culpa – Não a deixe corroer a sua alma

Vpler.com REDACAO VPLER

 

A culpa, quando não admitida, é um ácido corrosivo que destrói lentamente a mente e o corpo.

Ele se sentou do lado dela no sofá naquela noite chuvosa. O coração dele estava em pedaços. “Me perdoa! Eu errei!” ele disse baixinho, com lágrimas nos olhos. Dois dias antes, ele perdeu a calma e gritou com ela na frente das crianças. Ele achava que estava com a razão, mas, mesmo que estivesse, nada justificaria falar aquele monte de lixo para a mulher da vida dele na frente dos seus tesouros mais preciosos. Ele até havia forçado uma conversa com ela como se nada tivesse acontecido. Mas ele via nos olhos dela, não raiva ou ira, mas uma tristeza profunda de um coração partido. “Eu amo você! Você sabe disso, mas eu sou egoísta. Eu errei e preciso de ajuda… preciso de perdão”. Demorou para fechar a ferida no coração dela, mas aquela dura experiência foi o primeiro passo para a restauração de um casamento que estava a ponto de fracassar.

Essa história verdadeira é um claro exemplo de que a culpa surge do erro. É tanto uma situação de alguém que faz alguma coisa errada, como um sentimento que acusa uma consciência suja. Também é uma condição jurídica e moral de alguém que comete um crime. A culpa pode ser positiva, pois pode ensinar o culpado. Quando um garotinho de 8 anos derruba o seu copo de água sobre o prato cheio de comida, depois de ter sido alertado pelo pai, e o prato transborda sobre o uniforme que o pai já havia pedido para tirar, a culpa que ele sente lhe mostra que foi muito errado desobedecer. Assim, ele aprende que obedecer é o certo a fazer, e pode livrá-lo da bronca e do castigo! Logo, na medida certa, a culpa pode ser uma boa ferramenta para ensinar tanto o adulto quanto a criança “no caminho em que deve andar”.

Mas, acredite, a culpa também é terrivelmente destruidora. Ela corrói a alma. Da mesma forma que Satanás enganou Eva, ele nos engana hoje, disfarçando o pecado com prazer, êxtase, sensação de poder, aventura e uma falsa liberdade. Mas quando pecamos, nossa mente e nosso corpo são degradados pelos seus efeitos destrutivos. E é o próprio diabo que não hesita em apontar o dedo para nós e nos declarar culpados diante de Deus. Satanás é culpado pelo nosso pecado? Em grande parte. Mas há um outro lado: não vamos pecar se não consentirmos com o erro. Por isso, sempre que nós consentimos em pecar, enganados ou não, somos responsáveis por nossos erros.

Não importa a infração: pode ser um papelote de cocaína, um site pornográfico, um relatório financeiro adulterado, um olhar proibido, uma carícia proibida, uma conversa indiscreta no WhatsApp, aquela fofoquinha ou uma palavra “atravessada” para quem você ama. Qualquer erro que você faça, grande ou pequeno, vai gerar o sentimento de culpa, porque você sabe que não deveria ter feito isso. Se a culpa leva você a um arrependimento genuíno, glórias a Deus! Mas, geralmente não é isso que acontece. O ser humano, em sua tolice exacerbada, força os limites da consciência. É aqui que a culpa começa a nos corroer de dentro para fora.

Pode ser que você finja que nada aconteceu. Você se ocupa de outras atividades esperando que o tempo varra a sujeira para baixo do tapete da alma. Às vezes, você tenta compensar o peso na sua consciência por um ato de bondade por alguém que você magoou, ou até mesmo por uma “boa obra” de caridade, como se isso pudesse compensar o saldo negativo na conta da vida. Mas, o problema é que a sujeira está lá, e a culpa sempre volta para atormentar a sua memória.

A realidade da culpa hoje e nos tempos bíblicos

Pode ser que você já tenha se apoiado no orgulho algumas vezes. Seu discurso, muitas vezes inflamado, é que há muita gente que faz pior, ou são as circunstâncias que forçam você a fazer isso. Afinal, você se considera um cidadão honesto, cuida da casa, trabalha para sustentar a família; então, não há motivo para sentir culpa por um “pecadinho qualquer”. E que ninguém ouse tocar no assunto, porque você já vem com uma resposta pronta e o dedo em riste! Assim, com o acumular de infrações, você viola a sua consciência. Foi essa atitude que levou Saul a ter o seu reinado rejeitado por Deus, e o levou ao suicídio (veja 1 Samuel 15 e 31).

Pode ser que você disfarce, mas os seus erros voltam à sua mente, uma vez por ano ou várias vezes por dia. A culpa por tudo isso traz um sentimento de angústia tão grande que você começa a ficar constantemente triste. A tristeza leva ao estresse, o estresse leva ao desânimo, e o desânimo, à depressão. Toda essa carga negativa causa distúrbios psicossomáticos. Insônia, cansaço, irritabilidade, dores físicas, doenças como osteoporose, artrite e câncer podem ser causados por um sentimento de culpa profundamente arraigado (Provérbios 17:22).

Foi exatamente isso que aconteceu com Davi. Ele adulterou com Bate-Seba, a esposa de Urias um dos seus mais fiéis generais. Ela ficou grávida de Davi, e para tentar esconder o erro, o rei mandou o general para ser morto em uma emboscada na guerra contra os amonitas (1 Samuel 11). Seria um plano perfeito, se Deus não enviasse o profeta Natã para esfregar toda a sujeira bem na cara de Davi (1 Samuel 12). Diante da culpa do seu pecado, Davi exclamou: “Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer… minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca” (Salmo 32:3, 4). Então, não se engane: a culpa, quando não admitida, é um ácido corrosivo que destrói lentamente a mente e o corpo.

O primeiro registro de culpa da história

A culpa infectou a humanidade quando Adão e Eva decidiram desconfiar de Deus e desobedecê-lo (Gênesis 3:1-7). Desde Adão, o coração de todo ser humano se tornou “mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável” (Jeremias 17:9). A Bíblia diz que todos nós, sem exceção, somos judicialmente culpados, porque todos nós infringimos a lei da vida (1 João 3:4). Mas a culpa também é o estado físico e moral da natureza humana, pois a separação de Deus afeta nosso corpo e mente até o nível genético. Paulo deixa claro essa condição dizendo que “todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há nenhum justo, nem um sequer. Não há ninguém que busque a Deus; todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem…” (Romanos 3:9-18). Desde que Adão e Eva abandonaram a Deus no Éden, a culpa do pecado se tornou uma doença incurável e hereditária. Ou seja, embora você não tenha culpa dos pecados do seu pai (Ezequiel 18:20), você nasceu com a tendência natural de se afastar de Deus e fazer o que é mal, logo, você carrega sua própria culpa. Por causa do pecado, nós começamos a morrer desde que nascemos (Romanos 3:23; 6:23; 7:7-24). Por isso, não importa quão sublimes sejam nossas intenções, todas elas estão infectadas pela culpa do pecado, e não há nada que nós possamos fazer para pagar essa dívida.

A solução divina para a culpa

“Mas Deus demonstra seu amor por nós, pois Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (veja Romanos 5:8-21). Não havia perdão para nossa culpa! Então João Batista viu aquele homem surgindo na colina e disse: “Vejam! É ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29)! Quando Jesus se tornou humano e viveu entre nós, isento de qualquer traço de pecado (Hebreus 4:15), ele carregou sobre si a culpa de todos nós, desde Adão. Voluntariamente, ele pagou a nossa dívida e ofereceu perdão e justiça para todo aquele que nele crê (Romanos 5:1).

Na cruz, Jesus carregou o castigo que nos traz a paz, e as feridas que nós deveríamos sofrer foram o remédio com que Jesus nos curou da culpa (Isaías 53:4, 5). Jesus morreu a nossa morte, morte eterna, e, em troca, nos devolveu o dom da vida e a conexão direta com Deus, perdida no Éden. Na cruz, a misericórdia e a paz se beijaram! Ele fez tudo isso por amor a você (João 3:16)!

Essa é a razão para que você não deixe a culpa corroer a sua alma. Jesus já conquistou perdão para você no Calvário! Talvez você pense que já foi longe demais para ser alcançado pela sua graça. Não caia nesse engano de Satanás! Cristo foi até a morte para resgatar você. Então saiba que é possível se livrar da culpa, pois o perdão está a uma oração de distância.

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Equipe Biblia.com.br

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