Há 50 anos, as mulheres não contavam com a tecnologia avançada que
nós temos à disposição, o que tomava muito mais tempo e tornava a
maternidade ainda mais exaustiva. A começar pela fralda de pano.
“Já imaginou o trabalho que dava trocar e lavar as fraldas de pano,
depois colocá-las para estender e esperar secar? E quem tem mais de um
filho, já pensou?”, pontua Aline Urh Iacona, 40 anos, aviária e
aliviadíssima por não ter que passar esse sufoco com o filho.
As fraldas descartáveis começaram a ser usadas nos anos 40, facilitando a vida das mães e aumentando o bem-estar dos bebês.
Antes disso, tudo era à base do pano, que oferecia risco de
proliferar fungos e bactérias e era mais suscetível às assaduras. Com a
descartável, você apenas higieniza o bumbum e joga a fralda no lixo.
Imagina sua vida sem ela?
Isso sem contar que a própria fralda já passou (e continua passando) por tantas evoluções.
Hoje existem até versões no formato de calcinha e cuequinha, que são
“vestidas” nas crianças, justamente para facilitar o dia a dia das
mamães.
A invenção da fralda descartável traz à tona outra grande ideia do
século. Poucas mães se ligam no conceito, mas são extremamente
necessárias. Estamos falando da máquina de lavar. Se tiver secadora
junto, melhor ainda.
“Nunca amei tanto minha máquina de lavar quanto depois que tive
filhos. Fiz um enxoval bem enxuto, pois a minha máquina lava e seca de
um dia para outro, o que me permitia ter menos roupas e economizar na
compra. Depois, quando os pequenos foram para a escola, era a mesma
coisa: três mudas de uniforme dão conta da semana inteira. Nem me
preocupo se está frio e se alguma coisa não vai secar”, conta Gabriela
Cabrera, 29 anos, designer.
E os adventos high-tech não ficam por aí, não. Algumas babás eletrônicas são verdadeiras aliadas nos cuidados com os bebês.
“Minha babá eletrônica tem microfone, então, quando os pequenos
acordam e me chamam, eu nem levanto da cama, só falo para dormirem
novamente. Acho ótimo por que derruba aquela neurose de ter que levantar
no meio da noite para ver se estão respirando. E a minha ainda tem
controle de temperatura, então sei se estão com frio ou calor”, conta
Marcela Mardegan, 30 anos, assistente financeira.
Na casa de Mariana Fonseca, 34 anos, o esterilizador de micro-ondas é
o rei do pedaço. “Uso esse esterilizador direto. Quando vou para a casa
dos meus sogros, no interior, eles não têm e fico até com preguiça.
Ferver mamadeira e chupeta no fogão queima a mão, demora etc”, desabafa a
personal trainer.
Já para Denise Pereira, 37 anos, o “moisés” era indispensável quando o
filho ainda era um bebê. “Nada melhor do que a cadeirinha na hora de
ficar balançando para fazer o bebê dormir. Economiza um tempão. Enquanto
a cadeira balançava, eu fazia outra atividade e o Fernando dormia
tranquilo”, conta a recursos humanos.
Já está imaginando sua vida sem essas engenhocas? Outra bem
revolucionária foi a que nasceu para tirar as mulheres da cozinha, a
papinha industrializada. Atrás dela vem outro aliado, o leite em pó.
“Não há nada melhor do que a invenção do leite em pó. Primeiro por
que não apodrece se ficar fora da geladeira, não ocupa espaço e hoje a
maioria é supervitaminada. Acostumei meu filho, desde que largou o
peito, a tomar o leite frio mesmo, na temperatura ambiente, assim como o
seio da mãe. Aí depois foi a vez das papinhas, que seguem o mesmo
padrão de praticidade. Sei que o melhor é dar alimentos caseiros, mas
quando a gente sai, nem sempre a sopinha feita em casa fica fresquinha.
Então é só abrir um potinho e tascar a colher”, opina Mariana Nunes, 35
anos, advogada.
Por fim, tem algo que torna a vida das mães não apenas mais prática,
mas também mais feliz. Lembra quando você vai à casa da sua mãe e ela
abre o álbum de fotos? Pois é.
Na nossa época, essa era a única maneira de registrar momentos: com
filmes de 12, 24 ou 36 poses e, se alguma saísse ruim, era só lamentar o
fato.
“Hoje eu tiro umas 20 fotos por dia do meu filho e depois posso
escolher qual ficou melhor para apagar as demais. Imagina ter que fazer
isso há anos e gastar dinheiro, esperar revelar para ver como a foto
ficou? Antes dos 2 anos do João, eu já tinha 4 mil fotos no meu
smartphone, número muito maior de fotos do que o que tenho reveladas na
vida toda. Às vezes, passo horas dedilhando no touch para rever momentos especiais”, finaliza Marcela Dias, publicitária.
(Foto: Getty Images)