Como professora e praticante de yoga há mais de dez anos, acompanhei muitas mamães durante a gestação e hoje sou “tia dea” de vários bebês yogis que ajudei a nascer.
A chegada de um filho traz sempre um novo mistério para a mulher, mesmo àquelas que não são mais mamães de primeira viagem. Diferentes reações são comuns em diferentes gestações, e vale se cercar de todo conhecimento possível para compreender cada uma delas e superar algumas dificuldades.
Para o Yoga, antiga filosofia e prática indiana que busca trazer bem estar e plenitude a todos os seres, auto-observação é a chave para a saúde plena, e sobre isso falaremos em vários posts por aqui. Hoje, nos concentraremos na observação desta milagrosa fase que é a gravidez, e como é importante e necessário que a mulher crie espaço em sua vida para receber o bebê.
Sim, um lindo espaço no quartinho dele quase todas fazem, com mimosas decorações e adornos. Mas infelizmente nem todas conseguem fazer o mesmo na mente, no corpo e na agenda.
A vida corrida tem tirado de boa parte das mulheres o privilégio de desfrutar com mais tranquilidade a gestação e as consequências do estresse tem afetado desde a fertilização até a amamentação. Todo o ciclo fica comprometido, fazendo a futura mamåe sofrer e muitas vezes até o bebê.
Por isso é tão importante que o casal faça escolhas conscientes nesta hora e mesmo antes de engravidar, revendo hábitos de vida, alimentação e até pensamentos, que são tão influentes em nossa saúde.
A prática de yoga na gestação, junto a um profissional especializado, diminue significativamente os níveis de estresse na mulher, controlando a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos, aliviando ansiedade, melhorando a qualidade do sono, a movimentação do corpo no dia a dia e até a libido.
É fundamental que a decisão sobre a yoga na gestação esteja acordada e autorizada pelo médico responsável. Para quem não praticava yoga antes de engravidar, a dica é que começe então após o terceiro mês.
De maneira sucinta, o yoga para gestação se divide em três fases: a primeira, que se foca na nutrição dos tecidos e no equilíbrio hormonal; a segunda no fortalecimento pélvico, abdominal, lombar e motilidade do bebê em geral; e a terceira na tração da coluna, no encaixe uterino e, obviamente, na abertura pélvica, priorizando o parto normal. A respiração é trabalhada profundamente em todas as fases, promovendo alívio de enjoos, fadigas e até das dores comuns ao aumento de peso e contração.
As posturas executadas também fortalecem o corpo e previnem dores nas costas, torções e desequilíbrios comuns as fases mais avançadas da gravidez. Já a meditação traz serenidade e paz de espírito e desevolve amorosidade e compaixão. O importante é que essas conquistas não se perdem depois que o bebê nasce, e a tomada de consciência que veio com a gestação tornará esta mamãe mais atenta para toda a vida.
Namaste!
(Foto: Arquivo pessoal)