Essa é minha terceira viagem pela maternidade e ainda me assusto com algumas situações como qualquer mãe de primeira viagem. Acredito que isso aconteça porque cada gestação é única, assim como cada bebê tem suas necessidades próprias.
Não é porque o primogênito foi supercalmo que o segundinho seguirá a mesma regra, mesmo que você siga os mesmos passos de cuidados e rotina.
Isso sei que não consigo mudar e o desconhecido, o medo, do que vem por aí, têm me acompanhado.
Por outro lado, ter essa bagagem de experiência me deixa mais decidida em alguns aspectos: sei bem o que farei diferente.
Se não posso garantir o sucesso em algumas ocasiões, sei que posso evitar desgastes (e porque que não dizer desastres) nessa terceira vez.
Por que cedemos a tanta pressão? Por que perdemos tanto tempo comprando coisas que nem sabemos se será necessário usar? E qual o motivo de escutarmos tantas opiniões?
Respondendo a essas perguntas, percebo um mundo de energia gasta sem necessidade. Um tempo precioso jogado fora e muito dinheiro mal empregado.
Eu já sei que não quero um quarto na maternidade lotado de pessoas assim que minha filha nascer portanto estou dispensando o aparato de recepção que montei nas outras vezes.
Francamente, já passei por isso duas vezes e não curti nada ter que ficar fazendo sala em um momento tão frágil, delicado e íntimo.
Lembrancinhas, farei apenas algumas, para os amigos e familiares que virão visitar em casa nos primeiros dias, algo simples. Não precisamos de um show precisamos de sossego.
Já cortei para menos da metade a minha lista de compras para esse bebê. Ela ganhará muitas coisas, nossa família sempre passa e repassa muitos itens para bebês, então, qual a necessidade de gastar aos tubos se você pode pegar emprestado muitos deles?
Seguindo esse raciocínio, economizei em itens básicos do enxoval... Nada de roupas até a criança ter 15 anos! Nem tenho espaço para guardar tantas peças. A prioridade aqui foram as peças até tamanho M, por agora.
Quando a bebê estiver usando P, comprarei as de tamanho G e assim por diante. É bem engraçado quando analiso o que comprei para a minha primeira filha um enxoval tão completo e cheio de supérfluos que entopem os armários.
Já o enxoval do Theo foi mais enxuto, mas como era um menino, tão desejado, achei necessário comprar 4 saídas de maternidade. Todas lindas, quentes demais e nada práticas. Sem dúvida alcançarei a excelência em compras dessa terceira vez! Não se pode errar tanto tendo uma terceira oportunidade, não é?
Também diminuí muito as expectativas e, assim, pretendo economizar nas frustrações.
O bebê dividirá o quarto com o irmão mais velho, mas isso acontecerá sem pressa. No início ficará no meu quarto. Das outras vezes fiz como achava certo e sofri demais levantando-os milhões de vezes, já que amamentei os dois em livre demanda desde sempre.
Como a ideia é fazer o mesmo, montei um “corner” para o bebê por aqui. Simples: uma poltrona que já existia, um moisés/miniberço, uma mesinha para apoiar um abajur.
Tenho certeza de que não preciso do estresse e cansaço de ficar me deslocando no frio da madrugada. Sem o glamour das revistas de decoração mas feito com amor...
Aqui a correria dos preparativos está se dando mais pelo fato de termos mudado para uma casa nova. Nesse sentido temos muito para fazer, mas quanto à chegada do bebê, estou bem mais relax depois de fazer essa análise e ter detectado o que realmente é importante.
Esse bebê foi uma surpresa, não estávamos preparados em nenhum aspecto, mas isso me ensinou que não precisamos estar prontos para nada. Jamais estaremos! Essa não é uma condição indispensável para receber um filho de braços abertos e criá-lo com amor.
Não há hora certa, nem condição ideal. Não precisamos nos preocupar com os planos de longo prazo, como: qual será o impacto financeiro na família? Mais uma escola para pagar? Como conseguirei tempo? Terei paciência para começar tudo outra vez?
Querem mesmo saber? Não precisamos das milhões de perguntas que nossa cabeça nos impõe, muito menos da opinião das pessoas à nossa volta. A resposta para tudo isso é calma e foco. Foco no que está acontecendo agora e no bebê que logo estará aqui. Só isso importa!
Seguindo a ideia de que a cada novo bebê a nossa lista de coisas e expectativas diminuem, gostaria de te fazer uma pergunta: isso aconteceu com você? E o que faria diferente com um novo bebê a caminho.
(Foto: Nikki Addimando)