Eu me lembro direitinho de uma das maiores mentiras que me contaram sobre a maternidade: "Fique tranquila, que com 3 meses sua filha vai dormir a noite toda!". Eu não ouvi isso de apenas uma pessoa: ouvi de várias mulheres, que são mães de outra geração (aliás, seus filhos têm hoje a minha idade).
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Não sei se nossas crianças são completamente diferentes do que fomos quando bebês, mas a verdade é que o tempo passa, e eu continuo me perguntando quando dormirei noites inteiras (por algumas semanas ininterruptas, já estaria valendo!).
Minha filha tem 4 anos de idade, e vira e mexe me dá um trabalhão durante as madrugadas. Viajamos recentemente, ficamos no mesmo quarto, e, quando retornamos, minhas noites viraram ao avesso: a pequena tem me chamado uma média de cinco vezes a cada madrugada
Conseguem imaginar a minha (não) disposição para executar qualquer tarefa no dia seguinte? Eis um exemplo do que tem acontecido por aqui:
Acordada 1:
- Mãe, estou com sede, quero água.
- Filha, dorme que é madrugada. Não precisa tomar água, senão você vai ter vontade de fazer xixi.
- Mas, mãe, minha boca está muito seca (aos prantos!), eu não vou conseguir dormir assim!
- Está bem, Catarina, eu trago um copo de água.
E, ao chegar com o bendito copo, é óbvio que a pequena só toma um gole (UM!) e diz que está satisfeita!
Acordada 2:
- Mãe, eu estou com frio. MUITO frio!
- Você está coberta, filha?
- Não!
- Então puxa a coberta e se cobre!
- Mas eu não consigo! Não fica confortável!
E aí lá vai a mãe, para cobrir do jeito "gostoso".
Acordada 3:
- Mãe, eu estou com medo!
- Medo, Catarina? De quê?
- De leão. Acho que tem um no meu quarto!
- Catarina, dorme! Já!
Silêncio... Fico me perguntando se o leão a comeu...
Acordada 4:
- Mãe, eu quero ir para a sua cama!
- Catarina, já conversamos que não pode. Você já é uma mocinha, e vai dormir aí no seu quarto.
- Mas, mãe, eu não gosto de dormir sem você!
Aí a mãe levanta, faz um carinho, espera a pequena dormir e volta para o que restou de sua noite de sono.
Acordada 5:
- Mãe!
Aí quem responde é o pai (porque se a mãe falar qualquer coisa, sabe que vai ter um ataque):
- Catarina, eu não quero mais um pio nessa casa até amanhã de manhã! Combinado?
Óbvio que no resto da noite a tranquilidade reina na casa! Porque mãe é mãe; e pai é pai. E tem horas que só o pai resolve a questão!