Só estamos no 20º dia de vigência do segundo mandato da nossa presidente Dilma Rousseff e já vimos o aumento da gasolina (que impacta também no preço de outros produtos), a redução de alguns direitos trabalhistas, escandâlos de corrupção dentro da Petrobrás e já se fala até em racionamento de energia para alguns estados. Tudo indica que 2015 será um ano difícil para o brasileiro. Mas ficará ainda mais difícil. Ontem, a equipe econômica do Governo anunciou novas medidas que visam reforçar o caixa do Estado. Joaquim Levy, o ministro responsável por essa pasta, anunciou quatro medidas que aumentarão a arrecadação de impostos por parte do Governo. Iremos falar sobre duas delas: o IOF e o PIS/Cofins.
O IOF para operações de crédito para pessoa física dobrará, indo de 1,5% para 3%. Assim, ele alcança a marca de dois anos atrás. Além dos 3% de IOF para operações de crédito, há uma taxa de 0,38% sobre a aliquota de operação. Assim, na prática, o consumidor pagará 3,38% de IOF para operações de crédito. Vale denotar que o IOF para operações realizadas no exterior, tais como as compras feitas em lojas internacionais, mesmo pela internet, continuará em 6,38%; que já é um valor pornograficamente alto. Segundo o Governo, o aumento do IOF para operações de crédito terá um impacto de R$ 7,4 bilhões na economa brasileira.
O PIS/Cofins, imposto que atinge a importação de bens também sofreu reajuste. Ele aumentou 2,5%, indo de 9,25% para 11,75%. Sendo assim, todo produto importado - basicamente todos os itens de tecnologia - sofrerão aumento, já que não temos muitas empresas nacionais fabricando gadgets de ponta. Segundo Joaquim Levy, o impacto na economia será de R$ 700 milhões. O aumento foi justificado como uma proteção para o produtor doméstico. Claro que é isso, e não para fechar o rombo causado pela corrupção e pela má gestão do dinheiro público.
Alie o aumento desses impostos com a escalada vertiginosa do dólar, que a cada semana sobe e daí temos um cenário onde comprar produtos importados está cada vez mais caro e o nosso já desvalorizado Real vale menos ainda no exterior. Uma das formas de fazer o dinheiro render mais é enxugando gastos supérfluos, tais como um número muito grande de ministérios e parlamentares, bem como todos os benefícios e regalias as quais eles têm direito. Que tal reduzir o número de parlamentares, reduzir o salário deles e todos os seus benefícios? Isso é economia básica! Acho que nossos governantes precisam ter umas aulinhas de educação financeira.
Claro, sabemos que o buraco é bem mais embaixo e, pelo visto, nossos representantes estão determinados a cavar ainda mais fundo. É aquela velha história: quando uma pessoa ou empresa gasta mais do que ganha, ela vai à falência. Quando o Governo gasta mais do que ganha, ele repassa a conta para a população.